sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

ESTÃO VERDES NÃO PRESTAM!

  
Desabafos 6)
Hoje, vou começar por agradecer a todos os internautas que visitam o nosso Blogue, para lerem os nossos desabafos e em especial, aos que me contactam no sentido de me incentivar a levar menos tempo a “desabafar”J. Agradeço o apoio, mas vamos com calma, ok?

Também já me perguntaram, o que é que eu pretendo com os meus desabafos?
Nada! Mas nada mesmo, a não ser desabafar.

Procuro acima de tudo manifestar a minha opinião sobre um determinado assunto, que tem necessariamente a ver com a minha faceta de músico.

Posto este intróito, vamos lá à “vaca fria”.

FUI AO KARAOKE!

Nesta altura, os “velhos do Restelo”, já estarão a pensar, “olha p’ra ele, tem-se negado a adoptar esta mais-valia para juntar à sua actividade de músico e agora, também vai ao Karaoke!”
Mas não se iludam, ainda não foi desta vez que cedi e passo a explicar.

A minha presença, teve como finalidade, participar como jurado numa semi-final de um concurso de Karaoke, no Violet Café, sito na Moita.

Em Outubro, a Ana Cruz, convidou-me a estar presente numa eliminatória de um concurso de karaoke que ela e o seu companheiro Rui iriam promover. Depois de várias tentativas infrutíferas, da parte dela em poder contar comigo, ontem lá calhou.

Quem é a Ana Cruz?

A Ana é uma “performer” de mão cheia, na área da dança de salão. A primeira vez que a vi actuar, foi num baile da pinha que estava a fazer com os Companhia Limitada, na União de Coina e já lá vão uns 7 anos pelo menos. Nessa noite, a escola de dança de salão da Capricho Moitense, foi fazer uma demonstração daquele estilo de dança, com as suas alunas distribuídas por vários escalões etários. Ao solicitarem-me apoio relativamente ao uso do meu sistema de som, acabei por ficar mais atento quer às faixas dos instrumentais que ia pondo a tocar, quer à execução dos bailarinos que por ali se iam exibindo.

Apercebi-me, de imediato, que havia ali muito potencial e muita dedicação. A uma determinada altura, a Ana, entra para fazer a sua exibição e ao fim de 2 minutos eu estava completamente rendido ao seu talento. Dona de uma silhueta de cortar a respiração, ela fazia a diferença pela maneira como se apresentava, bem maquilhada e excepcionalmente segura, fazia do corpo o que queria com tanta graça e leveza que arrebatava aplausos constantes dos espectadores. Anos mais tarde, ainda colaborou com os Companhia Limitada num show temático criado por nós, que apelidámos de “Grandes Ritmos Grandes Canções”.

Em conversa de bastidores, várias vezes lhe vaticinei um futuro repleto de sucesso mas, inexplicavelmente, para mim claro, a Ana, apesar do seu enorme talento, continuava a ter um sucesso medíocre para o potencial que desenvolvia. Entretanto, deixei de ter qualquer contacto com ela, lembro-me apenas de a ter visto dançar, numa festa de carácter particular, no Ginásio da Baixa da Banheira, mas confesso que naquela altura, ela já não tinha no olhar aquele brilho especial que um dia me deliciou. Achei-a desmotivada e pensei, o que se estará a passar com esta “miúda”? Pareceu-me abstraída e acima de tudo muito rotineira. Naquela exibição ela limitou-se a fazer o trabalho de casa, mas todos nós temos dias ou épocas em que até os “cãezinhos nos mijam nas pernas” e é nessas alturas, que muitos talentos com promissoras carreiras, ficam pelo caminho.

Quando ela me disse que agora se dedicava a fazer Karaoke, fiquei surpreendido porque, definitivamente e na minha opinião, aquilo não era a “ilha dela”. No entanto, a Ana hoje é uma jovem adulta que tem de procurar o seu sustento e trabalhar não é desprezo. Ao comentar esta nova faceta da Ana com um amigo comum, ele disse-me que ela também canta muito bem. Será?

No dia 14/12/11 não tive o prazer de a ouvir.

Mas ouvi os 12 concorrentes que se apresentaram para defenderem uma passagem à final. Eu fui logo avisando que não estava ali para julgar ninguém e sim, para analisar, ajuizar e porque não,  aconselhar os participantes?  

Era conhecedor do regulamento e calhou-me 4 concorrentes, relativamente aos quais tive de opinar directamente. Tenho plena consciência de que fiz um bom trabalho. Não estava ali a ganhar nada, não conhecia quem ia participar, logo não havia ali qualquer tipo de favorecimento. Além do mais, quem me conhece sabe que, na música, não faço favores. Quando me pedem uma opinião eu dou-a, mas sempre consoante o objectivo de quem ma pede.

Por exemplo, se o objectivo de quem me procura é cantar na banheira ou na festa de anos da mana ou ainda no baptizado do primo, a minha postura será uma, se é para se divertirem no Karaoke, será outra, mas se for para tentarem a via profissional então aí eu sou mais "chato que a potassa". Se na minha opinião, eu achar que o melhor é “dedicarem-se à pesca” (e já o fiz inúmeras vezes) eu tenho coragem para o dizer cara a cara. Não procuro desculpas, nem ponho flores e às vezes, passo de Anjo a Diabo, enquanto o dito esfrega o olho, mas por aí, durmo descansado com toda a certeza. 

Mas ainda há os teimosos, os que não desistem e isso eu não deixo de louvar, mas os “bobos” da corte ou os cromos como os concursos televisivos lhes chamam, desses não tenho dó nem piedade.

Cada macaco no seu galho ok?

Não tenho pachorra para atitudes ridículas e “chorinhos” histéricos  mimados que acabam, na maioria das vezes, por serem confortados nos abraços dos papás ou do(a) namorado(a) que, para defender a sua “dama”, arrasam os jurados sem sequer tentarem perceber, se houve ou não razão para uma tal nega.

É claro que em programas como Ídolos ou Operação Triunfo, o factor “C” funciona muito bem e continua a ser imprescindível e que as audiências têm de serem mantidas a qualquer custo. Toda a gente sabe que qualquer um destes programas, movimenta largos milhares de euros, que têm de ser rentabilizados dê lá por onde der e doa a quem doer. Mas há pessoas vão para ali como se não houvesse amanhã. A culpa não é só dos candidatos, é também de quem lhes meteu na cabeça que eles e elas cantavam muito bem e que estavam prontos para se meterem naquelas lides.

“Mau” é quando os concorrentes viram a sua vida de avesso, desestabilizando todo o seu equilíbrio psicológico, para perseguirem uma quimera criada por estas pessoas.

Pior, é quando acreditam piamente na opinião “supra sumo da barbatana” de um jurado tipo Luís Jardim, um nome sonante da nossa praça, que faz alarde de ser um grande produtor, que já trabalhou com A e B, que puxa dos galões constantemente para justificar as suas opiniões enquanto júri dos programas de cantigas na Tv. Eu acredito nele e até o admiro, mas quando ele é capaz de produzir e dar a cara pelo disco de uma aberração, que se dá pelo nome de Castelo Branco, borra-me a pintura toda.

Ora quem faz um cesto, faz um cento e estas atitudes só me demonstram que a bota não bate certo com a perdigota.

E das duas uma, ou ele está muito mal de finanças, ou então está necessitado de protagonismo. Mas ainda assim, reconheço o extraordinário talento  que tem como músico, porém já não penso o mesmo quando ele faz de júri e promete mundos e fundos aos concorrentes com quem engraça. Se estou enganado, então ele e todos os que entram nestes processos de “ajuizar” publicamente, tenham outra postura para não me deixarem dúvidas.

Mas porquê este exemplo, pensará você!

Só para o leitor perceber o quanto nefasta é a opinião  destes senhores,  que têm todas as capacidades técnicas para dizerem a verdade e de repente pôem-se à mercê dos jogos de  bastidores onde pululam vários interesses, e fazem da boca "cu" constantemente.
Consegue o leitor(a) perceber, o impacto que sofre psicologicamente um candidato que vai a um casting, já depois de ter batido karaokes, ganho concursos, e alguns até com anos de palco, quando sem mais nem menos uma alarvidade destas que pode até ter vontade de dizer umas coisas simpáticas, mas como alguém na régie lhe diz, “malha à vontade que este não interessa”  ele desata a fazer graçolas de mau gosto, sem se importar como é que o concorrente fica?

Eu sei, eu sei, quem anda à chuva molha-se, e só lá vão porque querem, mas se estes “juízes” são tão bons profissionais, porque se sujeitam às regras do jogo mesmo contra a sua vontade? Também só lá estão porque querem, ou será por Patriotismo?
Quem ajuíza deve de ter conhecimentos e sensibilidade humana para o fazer, senão todos os advogados eram juízes. Eu escrevi ”deve de ter”, porque a frase correcta seria tem de ter.


Ridículo é quando uma Conceição Lino, uma Clara de Sousa ou a uma Rita Pereira, aparecem a “julgar” nos concursos de cantigas!?!?!... Pergunto-me, mas estes gajos da TV acham que somos toda uma cambada de otários? O que é que elas percebem da poda????? Então não se ponham a divagar sobre o que não sabem, que nós músicos também não discutimos jornalismo e novelas com elas.

 Na prática o que é que eu quero dizer é que (e parafraseando a minha mãe) “isto é tudo um “Corujedo senhor Alfredo”.

Não estou a tentar denegrir o nome e as pessoas em si, mas sim as figuras a que se sujeitam  fazer, a troco de protagonismo e dinheiro.

E agora dirá você!

OLHA O MARMELO! E SE FOSSE CONSIGO NÃO FARIA O MESMO?

Possivelmente faria, mas com o pano à vista é que eu talho a obra!

Eu explico.  

Se apanhar uma daquelas pessoas que precisam muito, muito, muito que lhes massagem o ego para se sentirem bem, eu acho, repito acho, que poderei ser um pouco “maleável”. Mas só se me convencerem que andam com a moral em baixo e que não vem daí mal ao Mundo.

Mas no caso concreto de um concurso onde se percebe á primeira vista o empenho, com que todos os candidatos se apresentam a minha natureza, não me deixa ser  de outra maneira e  comigo é,  pão, pão, queijo, queijo.

Eu tenho levado a minha carreira de músico constantemente a ser julgado, a mim nunca ninguém me deu nada, o pouco que tenho conseguido, tem sido com suor e lágrimas, daí que todas estas pessoas, tenham logo à partida o meu respeito, porque hoje eles, amanhã eu.

Falo somente o que a minha experiencia de 43 anos como músico, me dá autoridade para falar. Pode ser o jovem mais simpático ou a miúda mais fofinha, afina tudo pelo mesmo diapasão. Mereceu uma boa apreciação, pois não me coíbo de enaltecer seja quem for. Não esteve à altura, pois volta a tentar que é o que eu tenho feito desde os meus primórdios como músico. Não há rebuçados nem chupas de consolação. 

Fiz-me entender? Então vamos lá concluir este desabafos 6.

Mas quem são estes gajos?.......

Contou-me uma amiga que um  senhor, que se encontrava perto do balcão que o dito a interpelava numa tentativa de meter conversa, ao mesmo tempo que reclamava das decisões que os 3 jurados iam proferindo. Ele, devia estar num daqueles momentos de “orgulhosamente” só, porque não ouvi ninguém reclamar. Alegava ainda, que era um dos patrocinadores do concurso e que estava aborrecido porque “ninguém lhe tinha apresentado os jurados e não tinha sido só naquela noite”.
 Atenção Ana, atenção Rui, tentem reparar essa falha.
Patrocinador, mais ou menos chato, tem alguns direitosJ

Alegava ainda, que os jurados estavam a ser muito rígidos e que tínhamos de perceber que, os concorrentes são amadores e “estavam ali só com o intuito de se divertirem”.

COMO É QUE É?

Essa nãooooooooooooooooo!

O Karaoke vira divertimento, quando é aberto a toda a gente. Agora quando vêm concorrentes do Barreiro, Baixa da Banheira, Palmela, etc. Etc., a meio da semana, gastar dinheiro e tempo e sair á 1.30h da manhã de um concurso, ninguém me consegue convencer que estão ali só para se divertirem.
Estão ali com mais ou menos mérito, porque alguém os elegeu mas todos querem ganhar, principalmente quando está em jogo, um prémio em dinheiro.

Eu vi no rosto da maioria dos participantes e, principalmente, dos respectivos acompanhantes, a contrariedade que mal conseguiam disfarçar quando os jurados tinham uma opinião contrária à que esperavam.

No entanto, não deixo de dizer, que o patrocinador tem alguma razão, o Rui  vai ter, digo eu, de chamar os júris um a um e deixar que eles próprios se apresentem, até para os concorrentes poderem perceber que não é o Jota que toca campainhas de portas e não percebe nada de música que hoje vai estar ali a ajuizar, ou julgar as performances de cada concorrente.

Por sua vez os concorrentes, não devem de minimizar a opinião dos jurados sem mais nem menos e porquê? Porque lá por não os conhecerem, não quer dizer que não tenham uma opinião mais válida, que aqueles que são pagos  a peso de ouro para o fazer.

Mas o caricato acontece, quando por exemplo o “Jaquim das Tortas” que gravou, a expensas suas, 2 discos que nunca venderam nada que valesse o investimento, mas lá porque foi um dia à Tv. da Júlia, do Goucha ou da Fatuxa, o concorrente já acha que tudo o que ele diz é que tem valor. Muitas  vezes chegam até a ficar intimidadosL

90% Desses cantantes, só conseguem olhar para o seu umbigo, dão-se ares de vedeta, mas muitas vezes não percebem nada do que estão a dizer. Infelizmente e só porque estão a ser avaliados por  figuras mais mediáticas que eu, o “Zezinho” ou a “Ritinha” ficam fascinado(a)s com as tretas que eles dizem tipo, “cantaste muito bem”, “és um espectáculo” e sem esquecer o célebre “Vai em frente nunca desistas”

Isso é maldade! Porque se esquecem de dizer: “cuidado que podes partir a cara logo na primeira porta que bateres”.

Estão a criar falsas expectativas numa pessoa que se for, eventualmente, fraco de espírito e acreditar nestas patranhas de conveniência, acaba por arranjar sarna para se coçar.

E depois, se aparece o aqui o vosso amigo C.C., que o concorrente nunca viu mais cabeludo a dizer é pá isso foi um bocadinho melhor que péssimoJ sou logo excomungado porque os candidatos Zezinho e Ritinha, tinham estado noutro concurso de Karaoke onde um clone do “Jaquim das Tortas” tinha sido júri e lhes disse que eles cantavam muito bem.
Oh é canja!
Passo de bestial a besta num abrir e fechar olhos.

Apesar de toda a experiencia que adquiri ao longo dos anos, não consigo avaliar concisamente um candidato através de uma canção, a menos que, ele seja uma autêntica cana rachada. No entanto, quando estamos perante alguém que é possuidor(a) de uma voz equilibrada é possível avaliar, com toda a segurança, se cantou afinado ou não e se a interpretação foi ou não meritória. Posteriormente poder-se-á, eventualmente, analisar outros potenciais, agora não me convidem para ir sentar o distinto “rabo” numa cadeira de “suma-pau” e ter que ser simpático, porque os concorrentes estão ali para se divertirem.

Se assim fosse, ninguém se iria inscrever para participar num “concurso” cujo sinónimo é competição, palavra que, de imediato, nos sugere prémio.

Não queiram ser como célebre raposa da fábula antiga, que toda convencida que ia alcançar com um salto, as uvas que estavam penduradas numa videira a uns metros do chão, depois de muitas tentativas e ao ver que não conseguia, exclamou:

AH ESTÃO VERDES! NÃO PRESTAM!

Sejam humildes, pacientes e por muito que “chovam” os elogios, descontem sempre 80% dos mesmos, porque muitos são dados umas vezes por simpatia outras para parecer bem. Lembrem-se que não estão sozinhos neste Mundo do “showbusiness”. Insistam sim, mas nunca percam a noção do ridículo, que de um momento para o outro nos pode atingir. Cuidado, não vão para além dos vossos potenciais vocais, não imitem, tentem criar o vosso próprio estilo e tenham muita saúde porque tudo o resto? São trocos.

Tá dito, Tá feito

Carlos Camarão músico (mentor do projecto musical Companhia Limitada).





terça-feira, 8 de novembro de 2011

COM ISTO É QUE EU EMBIRRO PALAVRA DE HONRA! (Desabafos 5)

A minha memória é uma caixinha de surpresas, que ora me deixa orgulhoso por me proporcionar grandes e autênticos flashbacks, ora me deixa confuso porque não me consigo lembrar do que almocei ontem.
Ok, já sei que estou em velocidade de cruzeiro na idade dos “entas” e isso pode ser o móbil deste “chove e não molha “ mas ainda assim, acho que é por a “dita” conter demasiada informação que, de vez em quando, já vai “gripando”.
Na verdade, em virtude da minha vida ter vindo a ser sempre muito preenchida com os mais díspares afazeres, deparo-me muitas vezes com o facto de, ao captar uma simples conversa de terceiros, desatar automaticamente a cruzá-la com informações, há muito arquivadas na minha memória, tipo base de dados das finançasJ. Quando consigo chegar a um final conclusivo, fico muito satisfeito, caso contrário, fico super confuso. Hoje, ao ouvir um locutor de uma rádio Nacional dizer “… a música que vai passar a seguir, diz-me muito porque foi a primeira música que eu toquei quando vim para esta estação” (fim de citação).
Lembrei-me, imediatamente, da minha saudosa amiga Mariette Pessanha (grande artista Barreirense) e das nossas saudáveis discussões quando as opiniões não convergiam, nas quais éramos pródigos. Uma delas e que sempre ficou sem resposta, foi quem é quem na autoria das canções. Na opinião da Mariette, ela entendia que o criador, era o artista que cantava a canção e a “imortalizava”, na minha opinião e como autor eu defendia que o criador era o poeta, ou o músico que compunha a canção. Muitas vezes, lá no nosso “barraco” onde fazíamos os ensaios para os muitos espectáculos em que colaborámos juntos, quando o assunto era, o quem é quem, o caldo entornava-se e nas muitas vezes que nos debatemos, nunca chegámos a acordo.
E já está! Outro flashback.
De repente, veio-me á memória um espectáculo que os Companhia Limitada, fizeram nos “Franceses” (Sociedade Centenária do Barreiro), numa comemoração de mais um aniversário daquela Colectividade Barreirense, onde nós fomos fazer uma pequena intervenção musical. Foi um espectáculo com plateia e a Mariette Pessanha, estava presente como convidada da Direcção. Eu não sei porque “carga de água” fui buscar o assunto, mas não resisti à tentação de publicamente pôr em causa a divergência das nossas opiniões nesta matéria e claro a nossa actuação, foi encurtada porque a minha amiga resolveu defender a sua “dama” e de que maneiraJ. Só posso dizer que eu em cima do palco e a Mariette na plateia criámos um debate tão fervoroso, como poucos a que aquelas paredes tinham assistido, para gáudio dos presentes claro. Quem ganhou? Quem ganhou!..? Ninguém, por isso é que ainda hoje eu convivo com esta dúvida. No entanto porque eu não sou irredutível com os meus pontos de vista, tenho feito um esforço para perceber afinal quem é quem?
Ora bem se eu for à pesca, isso faz de mim um pescador? Se eu adoptar uma criança e a ajudar a crescer, faz de mim o seu educador? Se jogar futebol com os amigos ao fim de semana, isso faz de mim um jogador? Acredite quem quiser que eu não estou a brincar!

Pode até ser burrice minha, mas se acha que me pode ajudar, (envie um email para carloscamarao@netcabo.pt)

Eu já compus e editei muitas músicas, estou inclusivamente inscrito na S.P.A como autor, pergunto? Se alguém pegar nas minhas músicas ou textos e sair por aí a interpretá-los, independentemente do sucesso que possa vir a ter, isso retira-me o título de criador das mesmas?

Eu acho que a dúvida está na palavra “criador”, que com certeza poderá ser interpretada de várias maneiras.
Será? Nunca consegui chegar a uma conclusão.

Mas agora perguntará você, mas que raio tem o título deste “desabafo” com este assunto?

Pegando ainda nas palavras do locutor de serviço, esta manhã, na “tal” rádio, fiquei com uma certeza. Ele como profissional de rádio até que leva o seu jeito e nada tenho a dizer, mas não é músico, nem nada que se pareça, então porque “raio” diz ele “foi a primeira música que eu toquei nesta estação”. Comecei logo a cruzar dados e lembro-me, de repente, dos Dj’s que andam por aí a dizer: hoje fui tocar a tal sítio, ontem toquei na discoteca tal e amanhã vou tocar ao papagaio real. Foi tocar ou pôs discos a tocar?

Atenção que eu não estou a desprestigiar o trabalho de um Dj, tal como em qualquer outra arte há bons e maus profissionais sei, por experiência própria, que para se ser um bom Dj tem de se ter muito talento e são precisas muitas horas de treino e dedicação. Não questiono o valor do seu trabalho mas sim a forma como eles se expressam. Vou tocar?

Um Dj toca ou põe a tocar um CD? O artista que canta a canção de um determinado autor é o intérprete ou é o criador? Aquele locutor que hoje disse o que atrás referi, é um animador que passa música e então só porque passa música, dá-lhe o direito de dizer vou tocar? Toquei? Se não é músico, porque é que ele diz “foi a primeira música que eu toquei”?

Não é por mais nada, mas é que eu ando nesta dúvida há muitos anos e como gosto de ter a certeza do que digo e faço, aqui deixo o meu sincero apelo a quem quiser debater este assunto comigo. Juro que farei uma síntese e colocarei aqui neste Blogue a conclusão final.

Estava muito descansado, na minha higiene matinal, quando este garboso locutor me instalou novamente a dúvida adormecida e me fez parar o trânsito intestinal, o que me deixou stressado, reavivando-me uma dúvida com a qual até já tinha aprendido a conviver, mas preciso de tirar este assunto a limpo de uma vez. Não é por nada mas parafraseando um artista conhecido da nossa praça,

COM ISTO É QUE EU EMBIRRO PALAVRA DE HONRA

Tá dito, Tá feito.

Carlos Camarão (mentor do projecto musical Companhia Limitada)

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

É TUDO UMA QUESTÃO DE EQULÍBRIO (Desabafos 4 )

Confesso que cheguei a pensar que equilíbrio é exactamente a mesma coisa que gestão.
É verdade!

A vida continua a ensinar-me, na prática, o que eu não aprendi na teoria dos manuais do “salve-se quem puder”. Quando era miúdo, também cheguei a andar com livros de filosofia e psicologia debaixo do braço a deambular, porque era moda, pela boleira do parque (Barreiro) ao fim da tarde, comia uma francesinha, bebia uma Coca-Cola e olhava para os livros com um ar circunspecto convencido que percebia daquilo a potesJ.

Mas como na prática, os ensinamentos nem sempre resultavam pela positiva, depressa passei a ser eu a ajuizar os pontapés que levava nas “costas”, quando tentava seguir as ideias que os grandes pensadores do século passado tinham escrito. Passados tantos anos eu pecador me confesso que equilíbrio nada tem a ver com gestão. A gestão aprende-se nos manuais o equilíbrio é um dom nato! Ou se tem ou não.
Por exemplo, a minha esposa é dona de um QI acima da média comparado com o meu, mas enquanto eu ando de bicicleta de olhos fechados, ela é um completo atraso de vida quando tenta montar-se numa. No entanto, se fizer uma gestão apropriada de acordo com o seu QI, coloca umas rodinhas de lado e a “coisa” resulta, agora quanto ao equilíbrio nato dela? É mais fácil ensinar um pato mudo a grasnar.

Podia estar aqui a enumerar N exemplos, mas penso que já deu para perceber o mote deste desabafo.

É TUDO UMA QUESTÃO DE EQULÍBRIO               
43 anos depois de me ter iniciado nas lides musicais, ainda subo a um palco preocupado com a forma como vou equilibrar as minhas performances. Em 12 anos de carreira dos Companhia Limitada e graças ao nosso método de trabalho e empenho, temos um espólio considerável de repertório variado que nos permite tentar agradar a “Gregos e Troianos”. Muitas vezes usei a palavra “gerir” o repertório mas na minha opinião, o termo só se aplicaria se o mesmo fosse limitado, o que não é o caso.
Como tal, é mais uma questão de equilíbrio e porquê?

Porque num show temático o público sabe ao que vai, há um fio condutor que nos guia desde o princípio ao fim do espectáculo e podemos fazer exactamente o que planeámos antes, sem nos preocuparmos demasiado. No entanto, quando fazemos uma actuação para baile, curiosamente o tipo de show mais mal pago, a “coisa” muda de figura.

Se tentamos agradar à “malta” mais nova, os mais velhos reclamam, se tocamos para o pessoal mais “velho”, somos olhados com desdém pelos mais novos e…. bolas não há pachorra mesmo. Levamos meses a ensaiar músicas de qualidade para dançar e disso temos a certeza das nossas escolhas, mas baile que não se  toque o “Pai da criança”, o “Baile de Verão” ou o “Kuduro” do Emanuel, já não é baile, isto salvo raras excepções. Agora dirá você “ então e que mal têm essas músicas?”
Nenhum!

Absolutamente nenhum, mas o que é demais enjoa, só por isso.
Este ano aproveitámos a nossa tournée por terras Algarvias e nos intervalos ainda deu para corrermos as “capelinhas” e a sensação com que se fica, é que toda a gente toca a mesma coisa. Se não era Pimba que ferve, era Kizomba que dói. E dói porque o pessoal agora aproveita tudo e mais alguma coisa para tocar em ritmo de Kizomba. Atençãoooooo, que eu não estou a fazer julgamentos sobre a qualidade dos músicos, nem tão pouco às escolhas de cada um. Parece não parece? Mas não é!

O que ponho em causa, são os gostos do público, o grande “Júri” que devia de servir como mola motivadora para os músicos, que nos meus tempos de jovem adolescente servia de crivo, para as entidades contratantes e a sua opinião era a que mais “pesava”. Hoje tudo isso se perdeu e quem mais barato leva é que toca porque o “Povão” quer arrastar a sandália e marimba-se na qualidade e mais,  se não entende a música, é porque ela não presta.
Fui à FATACIL, assistir a uma dose dupla de Rita Red Shoes e Aurea a quem chamam cantora da moda. As honras de abertura pertenceram a Rita Red Shoes, que começou o espectáculo com uma hora de atraso, inaceitável na opinião generalizada, mas o recinto nunca mais enchia e vedeta que é vedeta, não se arrisca a tocar para meia dúzia de “gatos pingados”.

Fiquei encostado às baias de protecção, afinal o  meu lema é aprender até morrer. Nunca tinha visto a Rita ao vivo, conheço mal o trabalho dela, mas do pouco que já tinha ouvido, percebi que é uma música competente, com uma capacidade vocal acima da média. Com ela, trouxe músicos de grande gabarito e eu com um sorriso de orelha, a orelha, esperava ter uma lição ao mais alto nível.
À minha direita, tinha 4 jovens debutantes do sexo feminino exageradamente histéricas para o meu gosto, à minha esquerda os conservadores do costume, com um vernáculo que me arrepiava a espinha e eu no meio, lá ia analisando o que cada grupo dizia, ora divertido, ora apreensivo, porque afinal a maior parte do tempo eu estou do lado de lá da “barricada” e ser avaliado assim duma forma tão simplista sem perceberem o esforço que nós músicos fazemos para que tudo dê certo, dá-me náuseas.

Pessoalmente apreciei a performance da Rita e dos músicos, embora ficasse com a ideia de que ela fez um show muito virado para dentro, ou seja, toca e canta aquilo que realmente lhe dá mais gozo e essas ousadias pagam-se caro. A Rita, fez um show  de uma hora certinha e saiu do palco a correr, já com o recinto muito composto, mas mesmo assim sem ninguém pedir um bis(encore). Diziam as meninas histéricas com um ar de entendidas, “adoro a Ritinha”, diziam os conservadores do costume, “porra que grande seca” isto entre outros mimos que me escuso de mencionar mas que o leitor(a) deve de calcular.

Mais 40 minutos de seca, para mudar o cenário para a Aurea. A cantora entra em palco e o público aqueceu. Independentemente das qualidades excepcionais da sua voz e capacidade de interpretação, para além de um belíssimo suporte musical que de uma forma imaculada ia mostrando as suas qualidades, não tenho a menor dúvida que a cantora Aurea beneficiou de apresentar temas conhecidos, já com muitos anos e com uma linha melódica apelativa. O resultado foi um belo encore, com uma Aurea emocionada por estar a “jogar em casa”, chegando ao ponto de num desabafo sincero dizer que muitas vezes foi à FATACIL ver os artistas preferidos dela e que hoje estava ali em cima do palco. Oh como eu a compreendo!

É sempre bonito de ver humildade num artista e além disso este tipo de comportamento tem um efeito extraordinário no público. Eu aplaudi porque também senti que veio do coração.

Resumindo, quando saí dei por mim a pensar em que é que a Rita falhou, para não ter tido a recepção que teve a Aurea? Afinal a Aurea apareceu em força este ano e a Rita já leva alguma vantagem em termos de tempo. A Rita foi elitista, a Aurea mais popular e quem ganhou? Bem ganharam as duas J que o cachet de cada uma, não deve ser brincadeiraJ, mas sem ironias quem ganhou? Afinal ambas têm qualidade de sobra, então onde está a diferença? Eu nos Companhia Limitada, também sinto o mesmo, mas como ganho pouco, dou uma no cravo, outra na ferradura. Ora arrefinfo umas “pimbalhadas”, ora toco umas músicas de qualidade. Assim não corro riscos. Não é coisa que me agrade, mas em Roma sê Romano.

É TUDO UMA QUESTÃO DE EQUILÍBRIO.
Tá dito, Tá feito.

Carlos Camarão (mentor) do Grupo Companhia Limitada.         















 











 

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

PEQUENOS NADAS QUE NOS MOTIVAM (Desabafos3) Festas do Barreiro 2011

Contra ventos e marés, lá actuamos (dia 16/8/11) no Palco das Marés na edição 2011 das Festas Populares do Barreiro. Tarde bem quente, noite bem fria, falo de temperaturas do ar, claro. È este o Verão que estamos a terL . À “pala” deste Verão atípico, já é a terceira vez que ando a curar uma constipação daquelas que a gente “fada assim com dariz todo tatado”. Confesso que cheguei a recear que o facto de actuarmos a uma Terça - Feira nos prejudicasse em termos de afluência de público, ainda por cima estávamos a jogar “contra o Benfica” e já se sabe que esta “malta” pelo futebol ainda por cima a um dia de semana, é chinelinhas nos pés, cervejola na mão e deixem-me estar, mas como eu costumo dizer, cada um desce as escadas como quer. Embora o primeiro contacto que foi feito comigo no sentido de actuarmos no palco principal das festas, tivesse sido no sentido de actuarmos a um Sábado, tal não foi possível por termos a data ocupada também numa festa popular, no Algarve (Ferragudo). Depois das respectivas afinações de som, lá ficamos expectantes até à hora da nossa actuação, para saber se iríamos mais uma vez ter um bom feedback, com os nossos ANOS DOURADOS. À frente do palco, tínhamos o que eu considero um mimo numa festa popular.
Plateia!
Achei o máximo, afinal convém sempre ter em linha de conta que há muita gente que lhes faz diferença aguentar quase 2 horas de pé, mas ainda eram muitas cadeiras, e de vez em quando eu ia espreitar e pensava, e se isto não enche, lá vêm os “Profetas da desgraça”, outra vez dar-me na cabeça e logo ali exactamente no mesmo sítio, onde eu um dia há muitos anos atrás tinha tocado no Circo (ler desabafos 2). A noite estava fresquinha da Silva, mas nós somos briosos e às 22 horas nem mais um segundo, lá subimos ao palco, prontos para fazermos o que sabemos.
Durante 100 minutos, sem brancas, sem fífias, sem espinhas, mostrámos mais uma vez, que somos um grupo competente e que sabemos criar diversão sem estarmos a encher chouriços com conversas para “queimar” tempo.
O público?
ApareceuJ e não regateou aplausos, nem se inibiu de trautear algumas das músicas mais conhecidas. Apesar da noite fresca, aguentaram até ao fim do show, sempre a vibrar connosco. Ontem levámos um músico convidado para tocar bateria, é meu homónimo de nome, chama-se Carlos CamarãoJ e é o meu filho mais velho que muito surpreendeu pela positiva. Muito seguro a mostrar um talento inegável para a música, vamos convidá-lo mais vezes.
Quanto às “minhas” meninas? Bem! Valem o que pesam e fazem de mim um homem realizado. È um privilégio poder contar com “elas”, para as minhas aventuras musicais. Seja na música para dançar, ou em shows temáticos, estão sempre á altura dos acontecimentos. Já o disse mais que uma vez, que tenho pena de não ter agora menos 20 anos para poder acompanhar a “pedalada” delas e poder desfrutar em pleno o talento destas jovens sempre em constante crescimento. Mas a vida é assim mesmo. Enquanto eu tiver saúde, mesmo sem correr para “lado nenhum”, confesso que sinto que ainda não disse a última palavra.
ANOS DOURADOS, é um Tributo aos Anos 60, que muito tempo depois da sua estreia, ainda continuamos a procurar encontrar o alinhamento possível. Na versão original, tinha cerca de 80 músicas e um timing para cima de 3 horasJ. Hoje tem 31 e sem haver interrupções, conseguimos um tempo recorde de 90 a 100 minutos. Achamos que é o suficiente. Ontem o público mais uma vez deu-nos razão. Na prática, quer dizer que hoje se fosse preciso, poderíamos apresentar, uma nova versão sem repetir nenhuma música.
Pequenos nadas que nos marcam.
Para mim que já levo muitos anos destas andanças, sei muito bem distinguir a opinião familiar de quem acha que somos os “maiores”, para o elogio desapaixonado de quem simplesmente nos diz que fizemos um bom trabalho. Respeito todos os elogios e até as críticas, desde que sejam sinceras, mas é nos pequenos nadas que acontecem espontaneamente que eu encontro a motivação para continuar em frente. Ontem depois da nossa actuação, tive o prazer de ter recebido no palco a presença de alguns elementos da Vereação da Câmara Municipal do Barreiro, que fizeram questão de pessoalmente elogiarem e agradeceram a nossa prestação.
Registei com muito agrado, principalmente, porque nada os obrigava a isso.
Para mim, esta atitude, chama-se respeito, civismo e classe. Em nome dos COMPANHIA LIMITADA torno público o retorno do agradecimento e até uma próxima oportunidade. Ao público que lá esteve e nos ofereceu vivas e calorosos aplausos, aquele abraço amigo de quem se sente agradecido pelo vosso carinho. Em nome dos COMPANHIA LIMITADA muito e muito obrigado.
Tá dito, Tá feito.
(Carlos Camarão mentor do projecto musical Companhia Limitada

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

NÃO GOSTAS? NÃO ESTRAGUES! (Desabafos 2)

As Festas Populares do Barreiro Versão 2011 aí estão!
Numa altura em que os Municípios atravessam grandes dificuldades para fazerem face às responsabilidades que lhes são inerentes, conseguem ainda assim através de um magríssimo orçamento levar a efeito as suas tradicionais festas anuais.
A Câmara do Barreiro, à semelhança do que fez o ano transacto, aposta nos “artistas “ da terra para conseguir completar o cartaz. Aqui e ali, graças às redes sociais e ao "boca a boca", vou avaliando o que os "profetas da desgraça" vão opinando acerca do cartaz das festas 2011.
Nos meus tempos de juventude, em que  vida era dura mas também mais simples, o "encanto" das  festas do Barreiro estava na pista dos carrinhos de choque, do carrossel com as banheiras e de onde eu saía muitas vezes sem saber onde ficava o chão, as barracas de matraquilhos,  e o circo. Um dia pela altura de mais umas festas do Barreiro, isto já na fase de jovem adulto, estava  eu no retiro dos pescadores na rua Aguiar (Barreiro velho) quando me apareceu o dono do circo muito aflito porque tinha ficado sem músicos. Alguém me tinha recomendado, como a pessoa que o podia "desenrascar". Mas ele não queria o conjunto todo (Holiday), porque tinha receio de não conseguir receita suficiente para pagar. Na altura eu não tinha os teclados que tenho hoje com acompanhamento inteligente, tinha sim um orgão de 2 teclados, mas sem outros "mimos" técnicos. Perguntei-lhe então! E o que é que eu vou tocar? E ele, oh pá você improvisa qualquer coisa desde que tenha música, para a entrada e para a saída do artista tudo bem. Perceberam esta do artista? Não? A sério?... Então já nesta altura, músico não era artista. E o que me chateia é que 30 anos depois continua  a haver o mesmo estigma, mas isso fica para outro desabafo que vou escrever um deste dias. Afinal, são muitos anos de aventuras.   
E lá fui! 
Apesar de nessa altura já levar quase 10 anos de palco, ali no circo que eu tanto gosto e venero sentia-me um peixe fora de água. Quando entrava para a pista para dar início à sessão da tarde, ou da noite, nem conseguia levantar a cabeça envergonhado por causa dos “profetas da desgraça” vulgo invejosos, que sem saber as razões que me levaram a aceitar o convite, achavam que era um desprestígio para mim. Eu era  jovem e inexperiente, não sabia defender-me destes depauperados com a vida, mas cumpri a minha parte de tal forma que o dono do circo queria que eu o acompanhasse por aí de terra em terra. Não aceitei, tal como nunca aceitei outras propostas para poder honrar o meu compromisso que tinha com o Holiday e os meus companheiros da altura. 
Curiosamente, anos mais tarde voltei a tocar em circos, só que desta vez para acompanhar o Marco Paulo como músico de suporte. Agora o "alvo" era o Marco! Na boca dos profetas da desgraça, ele era uma artista menor, por isso é que cantava no circo.
Hoje mais do que nunca, dou-lhe valor por ele se mostrar sempre intransigente quando uma ou outra colectividade queria ganhar dinheiro e prestígio à conta dele e lhe pediam uma borla. Que me lembre ele nunca acedeu. E muitos anos depois, ele continua a ser uma das melhores vozes Portuguesas da música ligeira. 
Já nos tempos que trabalhei com o meu a amigo Jorge Fernando, naquelas viagens mais longas que fazíamos a caminho dos espectáculos em que se conversa de tudo um pouco, ele dizia-me que o “Povão” gosta muito de confundir a humildade com fraqueza.
Ai como eu lhe dou razão!
E cá está aquilo que disse no primeiro desabafos 1, gosto de aprender seja com quem for e aqui estão 2 exemplos de aprendizagem que eu nunca esquecerei.
Este ano a Comissão de festas do Barreiro, convidou os Companhia Limitada para actuarem no palco principal da festa. Não me surpreendeu, afinal os Companhia Limitada, tem tido um percurso natural de progressão e um dia tinha de acontecer. Mas já toquei também várias vezes no palco das tasquinhas e com muito orgulho, mas entristece-me ouvir os “profetas da desgraça” dizerem-me que nós só lá vamos, porque não há dinheiro, ou ler nas redes sociais que o cartaz deste ano é muito fraco.
Entristece-me, porque quem fala mete tudo no mesmo saco e sem conhecimento de causa. Nós vamos lá apresentar o nosso Show temático ANOS DOURADOS, um tributo à música dos Anos 60. Foi montado há cerca de 7 anos e já perdi a conta ao número de vezes que o apresentámos, sempre sofrendo sucessivos aperfeiçoamentos e remodelações.
Ainda em Junho deste ano, actuamos nas festas da Quinta do Conde e Santo André, para um recinto cheio e das largas dezenas de opiniões que ouvi, todas foram unânimes em aclamar o show como um trabalho de qualidade.
Há melhores? Claro que Há! Mas o nosso também é bom.
E a não ser que o público da Quinta do Conde e Santo André e todos os outros que ao longo dos anos já assistiram  a esta nossa produção musical, sejam mais ignorantes que os do Barreiro, não vejo razão para tanto derrotismo. Embora não me sinta particularmente afectado, ainda sou honesto ao ponto de dizer que podia tocar até aos 100 anos e nunca me iria habituar à maledicência gratuita.
Se não estão de acordo com a escolha que a Comissão de festas fez, se não querem nem pensar as razões, pois tem o direito de manifestar o seu desagrado, mas perdem-no quando querem achincalhar quem lá vai dar o melhor que tem.
Seja no palco principal, seja nas tasquinhas!
Se calhar, o que a Câmara do Barreiro tem que começar a fazer, é como as suas “congéneres”.  A Câmara do Montijo por exemplo, arranja um cartaz de nome sonantes e espeta com eles num recinto fechado mas a pagar. No Barreiro, como é de borla,  vamos reclamar porque temos direito e  dizer mal, porque dizer mal sem saber porquê faz parte da cultura do Português. Sonante, não é nem nunca será sinónimo de qualidade e podia citar N de exemplos, mas isso poderia ser interpretado como estar a pôr-me em bicos de pés e deixo isso para quem gosta de usar salto alto.
Eu já não tenho idade para ilusões, nem procuro vedetismos fúteis. Felizmente a minha equipa perfilha os mesmos ideais e para nós é sempre um prazer subir a um palco, desde que consigamos agradar e obter o respeito de quem nos escuta.

Trabalhamos muito para conseguir apresentar um trabalho digno. Sei que nunca irei conseguir agradar a gregos e a troianos, mas as críticas passam e nós continuamos.
Dói-me, mas não me faz mossa! E  como dizia a minha saudosa amiga e grande artista Barreirense, Mariete Pessanha. “Estou-me nas tintas pá”.
Mas quando essas bocas infelizes, vem de pessoas que já comeram e beberam da minha gamela e que se não continuaram foi porque não tinham talento para mais, não consigo ficar indiferente.
Estou a lembrar-me de uma “amiga” despeitada, que  na sua sede de protagonismo, escreveu no Facebook  que este ano não punha lá os pés (na festa) porque o cartaz é uma merda
Como tal, lá vai mais um desabafo p'ra geral. (direito de resposta)
E tu “amiga” o que és? Uma ressabiada que arranjaste um encosto sentimental e deixaste de viver. Passas a vida reclamar e a acumular frustrações, sempre foste assim desde pequenina. Os anos passam e até parece que a vida não te ensina nada. Também com o teu Q.I não se pode esperar muito mais não é? Ainda pensei que quando atingisses a maioridade te passasse essa azia. Tens de ter cuidado porque o teu problema de ossos está a ficar descontrolado, sobretudo ao nível do cotovelo, que é  onde te  doi mais.
Se não te tratas, quando passares a casa dos trintas, vais te achar menos que uma cagadela de pássaro e aí sim, vais ver o que é bom para a tosse. Por isso, em vez de gastares o teu tempo a procurares sarna para te coçares, olha bem para ti “amiga”. Tu sabes que o aqui o "teu amigo" Camarão,  não é de guardar rancores porque a vida não vale um traque, e como tantas e tantas vezes  te matei a  "fomeca"  de espírito (pensava eu ) mais uma vez vou dar-te um bom conselho, para ti e para todos os que pensam como tu. Ou estavas já a pensar que eras tão importante ao ponto de eu gastar o meu tempinho a escrever exclusivamente num blog para ti? Tu até me conheces e sabes que eu adorava dizer-te tudo isto nessa tua carita laroca, mas quem sabe um dia destes né? Mas para ti e para todos os teus amigos do fássebuqui aqui fica o meu desabafo final
NÃO GOSTAS? NÃO ESTRAGUES!
Tá dito, Tá feito!
Carlos Camarão ( Mentor do Projecto Musical Companhia Limitada )

terça-feira, 2 de agosto de 2011

QUEM NÃO DEVE NÃO TEME ( Desabafos 1 )

Hoje dei por mim a pensar, Bolas... já levo 43 anos de actividade como músico, e nestes anos todos conseguidos com a graça de Deus, nunca me lembro de ter passado um Reveillon em casa ou um simples Carnaval. O que quer dizer, que já são  milhares de horas que tenho dedicado ao showbusiness, feitas initerruptamente. Filosoficamente falando,  mudam os tempos, mudam-se as vontades. Quando em Setembro de 1999, cheguei à conclusão que não valia a pena continuar a "sustentar " o projecto musical que liderava desde 1970, de seu nome Holiday, em virtude da manifesta falta de mercado para ele, resolvi dar umas "voltas" por aí, e ver in-loco o que se fazia na área da música de dança. Levei pouco tempo para perceber, que  a tendência era contratar um organista, ou acordeonista a 1/3 do preço que eu cobrava no Holiday. 
Ou seja, as bandas com 5,ou mais elementos, estavam a ser largamente ultrapassadas, porque as entidades contratantes, perceberam que obtinham um maior lucro, com um menor investimento. Então pensei ! Ai é assim? Então contem comigo! Adoptei logo o velho ditado que diz, não podes com eles? junta-te a eles! Começo por investir num wavestation da Technics, o KN-3000 e depois de uns ensaios, comecei a fazer uns bares. Na altura, era só piano e uma vocalista, mas como queria tentar algo diferente do "circuito" de bares, resolvi alongar os horizontes e contactei mais duas jovens. A minha ideia era juntar a minha experiência de vida, ao talento que eu logo percebi que  tinha à minha disposição. Jovens sim, mas capazes de abraçar vários estilos musicais. Ainda hoje acho que  foi a melhor ideia que tive. Tinha um projecto em mente, tinha experiencia, tinha vontade de mostrar que muitas vezes mais vale "solo" que mal acompanhado, e tinha pessoas, que por motivos particulares, eu confiava que não iriam fraquejar na hora da verdade. Optei por um nome de "guerra"para o projecto, que basta uma sigla para ser pronunciado em qualquer parte do Mundo. Cª Ldª.

Na altura, era o único músico que usava um instrumento, para além da voz. Só que o uso de Paterns do teclado, com os seus acompanhamentos de origem, não tardou a enfastiar-me. São muito repetitivos, e se por um lado facilita, por outro também me limitava. Como o teclado contém um sequencer de 16 pistas, comecei a dar largas à minha imaginação e a criar as músicas que queria tocar mais tarde,  optando por um   Step By Step. Ou seja, todas as músicas,  eram feitas a partir da "estaca zero".
Exemplifico: Nós escolhíamos uma determinada música para o repertório, eu decorava as nuances, tais como, a parte do solo, contracantos, os breaks da bateria, o tipo de instrumentos que a música  original continha, e ia escolhendo um a um os sons que iria usar. Normalmente, começo pela bateria, depois, a parte de piano, segue-se o  baixo, e pronto. A base está feita! Eu  "deliro" com as Big Band, adoro sentir o cheio de uma orquestra ligeira, mas como não posso ter uma,  tento criar virtualmente a "minha" orquestra. E em todas as músicas, para além dos sons de base , eu ia fazendo arranjos com outros  instrumentos, tipo flautas, oboés, Sax, Trompete, Tímbalos,  percussão livre etc... O problema é que o sintetizador, só dispõe de um  sequencer, de 16 pistas com uma polifonia a 64 vozes. Nessas alturas, tinha de  fazer cedencias, porque eu carregava as músicas com tanta orquestração:) que quando ultrapassava a polifonia dele, haviam notas que  não saíam.
Para não perder o trabalho de tantas horas,  guardava-as em disquete num formato da Technics. (isto quando as disquetes não se avariavam e eu tinha de começar tudo de novo). Curiosamente, dei por mim a aprender todos os dias  um pouco mais. Agora era só eu, e estava por minha conta. Imaginem uma música que tem 4 minutos e tem um solo aos 3,30 minutos. Eu ligava o start, tinha de esperar que a música chegasse ao ponto, para depois colocar o solo. Quantas vezes uma pequena fífia ocasional, me obrigava a fazer tudo de novo. Eu sei que podia fazer de outra maneira, mas repetia vezes sem conta até ficar como eu queria. Era um Mundo novo, um Mundo onde  não estava "subjugado" à disposição dos outros elementos da banda, para mim, era a liberdade total.  Para o bem, ou para o mal, ali estava eu depois de quase 30 anos a carregar o peso de um projecto que marcou várias gerações, para começar tudo de novo. Depois da música feita, havia uma nova etapa, ensaiarmos as partes vocais, porque essas não se guardam em disquetes.

Cada diskete levava em média no formato Technics,  5 ou 6 músicas, o que quer dizer que em pouco tempo eu tive de gerir perto de 100 disquetes. Mais tarde comecei a salvá-las no formato Midi, só que dei por mim a ver o negócio dos midis a aumentar, a serem bastante utilizados, com empresas a especializarem-se na área da produção. Sobre os midis, ainda quero acrescentar sem demagogias, que aprendi muito, porque que eu isolava as partes que me interessavam, e acabava por aprender sempre um pouco mais, a maneira de executar, a dinâmica, o "respirar" de cada instrumento.  Adoro aprender e não tenho, qualquer pudor, em o assumir, seja com quem for, desde que eu sinta que me pode ensinar, eu estou lá. Ás vezes, até chego a ser "cromo" com tanta pergunta. Os Midis, contráriamente ao que muita gente pensa, foram criados para ajudar, se depois fazem mau uso deles, o problema é de cada um. Só que  eu,  apesar de usar midis personalizados,  criados de raíz por mim, comecei a "apanhar" por tabela. Foi quando optei por usar um método diferente e construir uma  base instrumental que ainda hoje uso nas nossas performances mais elaboradas. Eu acho que não dá para confundir com midis, porque os midis, não tem nunca aquela sonoridade. As guitarras que se ouvem, por exemplo numa ou outra música, sou eu que as coloco, e músico que tenha orelha, percebe bem o que é um som sintetizado e um som real. Mas como o produto final é bom, vamos lá no bota abaixo.

Agora dirá você! Ah ah! Base musical.... né?
E eu... Pois!
E qual é o problema?

Todos os meus colegas que tocam  sozinhos, e usam Workstations da Korg, Rolland, Ketron etc... também tem a ajuda  ou não? Ora repare. Basta escolher um ritmo, meter um acompanhamento automático inteligente, fazer o acorde com mão esquerda e voilá, está ali a orquestra toda e sem falhas.

É, ou não é?
Pois claro que é!
Aliás nem é preciso fazer os acordes, aqueles teclados possibilitam a utilização de 2 dedos e está o acorde feito.

Então qual é a diferença, em relação ao método de trabalho que utilizamos?
A diferença,  está no apoio instrumental, que hoje em dia tenho produzido pelas minhas colegas. Agora,  já posso elaborar ainda  mais, as músicas que tocamos. Somos 4 elementos, mas soa como se fosse uma grande orquestra e porquê? Porque eu me dou ao trabalho de criar, instrumento, a instrumento e colocá-los estrategicamente em locais específicos. Depois quando o som é reproduzido, ouve-se um cheio que não se consegue com o acompanhamento inteligente dos teclados, porque eles já estão programados. Simples não é? Só que a esmola é muita, e logo o pobre desconfia. Então vem logo a sapiência do invejoso  dizer: "eles não estão a tocar", mas estamos sim! Podemos estar a dobrar o que já está feito, mas toda a gente toca e canta em tempo real. É um estilo e uma opcção. Este  método, já usado há muitos anos por crooners e não só. Ainda no outro dia fui a um resturante Brasileiro, e lá estava um músico com o seu violão, a cantar, a tocar e com uma orquestra de base pré-gravada, a "encorpar" o que ele estava a apresentar, e isso retira-lhe algum mérito? E volto a "teimar". Tenho uma base que me ajuda, mas quem a construiu não tem mérito?  Aquelas bases instrumentais, não foram compradas a terceiros, são feitas por mim, tal como fiz muitos instrumentais para artistas e fadistas da nossa praça usarem nos seus espectáculos. Durante muitos anos trabalhei como músico de estúdio a fabricar instrumentais, Não me vou pôr a desfolhar o meu Know-How, porque  não preciso de fama, preciso sim, de me sentir feliz, a fazer o que mais gosto, uns trocos para pagar as despesas, e muita saúde! Quem me conhece sabe bem do que estou a falar. Mas as bases que se ouvem, têm muitas horas de trabalho e dedicação. Claro, actualmente quando toda a gente está a tocar, com teclas, guitarra, baixo, bateria, os instrumentos que até então usava mais , não entram na base. Mas entram outros que eu gosto de ouvir! Mas  ninguém está  a fingir, toda a gente toca em tempo real e em simultâneo com a base que foi feita cá pelo "je"! E acreditem que não é nada fácil.

Gaita eu só tenho duas mãozinhas e lá diz o velho ditado quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lado eles vêem! É por isso que eu gosto de esclarecer sempre, o modo de trabalho que usamos nos COMPANHIA LIMITADA. 

Quem ouve um músico sózinho, percebe que ele não toca todos aqueles instrumentos ao mesmo tempo não será? Só que o meu método é diferente, porque  não me submeto aos paterns que os teclados trazem.

Crio as bases a partir do zero, não tem nada a ver com midis, nem  comprados, nem feitos por terceiros. Há quem o faça, mas eu  não quero nem saber, se estão a tocar ou não, da minha vida sei eu. Infelizmente ainda vão aparecendo por aí uns tretas, que ainda andavam na placenta na barriga da mãe, já eu andava na estrada há anos, e tentam de vez em quando, denegrir o meu trabalho. Nunca ninguém me ouviu gabar, que sou um grande músico, deixo isso para o público, considero-me sim, um "tipo" competente, que nunca deixou os seus créditos por mãos alheias. 

Até hoje, ainda não vi que tivessem colocado de origem  nos teclados , ritmos de Kizomba, Funaná, Merengue Africano, Forró, Frevo, Axé, Sertanejo etc... . Então, como é que  aparecem esses ritmos tão exaustivamente utilizados pela maioria, nos teclados?  São ritmos de midis que compraram e colocaram-nos lá. Os meus ritmos, como esses que muito pessoal usa,  são feitos á mão tecla a tecla. às vezes lá se nota uma ou outra imperfeição, mas eu nunca quis ser perfeiro, quero divertir-me, a divertir quem me escuta.

Esta explicação está no nosso site no menu Biografia geral, já há uns anos. Nunca escondi de ninguém, a maneira como trabalho. 
Estou-me a lembrar do grande músico TONY DA COSTA um veterano oriundo do Barreiro, que também usa bases pré-gravadas que acompanha  com a sua guitarra e voz. Os KARGAS, de onde um dia tirei o modelo para mim idem. O Vítor (bocas) faz as suas bases com um Korg Wavestation, e depois toca e bem a sua guitarra, e canta acompanhado do ROGÉRIO  no baixo. Tão depressa aparecem a tocar a Rosa Enxota o Pinto, como de seguida  interpretam Pink Floyd imaculadamente e são só 2 elementos. Não estou a perceber qual é o problema? Conheço bons músicos da minha zona como o  PEDRO JORGE, o NÉLIO PINTO, o NUNO ROPIO, o PAULO JORGE, o QUIM MANUEL, o  IVO ALAN  entre outros, que tocam e cantam, e animam na perfeição as  festas com os seus teclados. Se eu disser que perfilho de todo o repertório que eles usam estava a mentir, mas isso não se discute, são opcções de estilos, e condutas que cada um toma, mas nunca me atrevi a critica-los, antes pelo contrário, sempre que tenho uma oportunidade, vou vê-los para aprender. Se eu olho para um palco, e vejo um musico sozinho a cantar e a ter harmonias de 2ª e 3ª voz por detrás, não vou dizer que ele está a fazer play back, percebo logo que ele usa a ajuda de um Harmonizer por exemplo. É para isso que as tecnologias ao serviço da música existem, para ajudar. Tenho é pena de ver boas bandas com 6 e 8 elementos carregarem uma panoplia de material de som e luzes  de alta qualidade, para depois os ver a tocar O Pai da Criança, O Baile de Verão, ou o Ritmo do amor do Emanuel, só porque o "povão", não quer mais nada a não ser este estilo de música. Mas não é por isso que eu digo que eles são maus músicos. Eu também as toco, mas deixem-me dizer que eu para tocar esse estilo de música, nem preciso de ensaiar, e atenção... não estou a minimizar quem as criou, mas toda a gente sabe que há músicas simples e outras mais complicadas, cada qual no seu estilo. E para aqueles que duvidam, fora do palco, eu estou na disposição, de mostrar gratuitamente o que sei fazer. Digo fora do palco, porque em cima do palco eu pertenço ao público.

Orgulho-me, e  muito de ter "pegado" em 3 jovens, e também literalmente da estaca zero,  conseguido que hoje "elas" se tenham tornado  numa mais valia, que não deixam dúvidas a ninguém. Se me perguntarem se elas são grandes executantes, dos instrumentos que usam para além da voz, eu digo que elas simplesmente, fazem o suficiente para não deixarem os seus créditos por mãos alheias, porque em relação ás vozes nem me dou ao trabalho de comentar. Mas são jovens, tem muito tempo para evoluirem cada vez mais. Ensinei-as a tocar, e ainda aprenderam  comigo, a não se submeterem a esquemas, nem venderem alma ao diabo, para serem alguém neste mundo bonito, mas stressante da música. Mesmo com tanto trabalho,  ainda aproveitaram para terem  terminado um curso Superior. AH POIS É! Pensavam que as "minhas ricas filhas (era bom) como diz a Cinha Jardim" são alguns pés-rapados? Em suma vivem para a música, mas não vivem da música.

Estamos então entendidos de vez?... Espero bem que sim.

Para terminar este desabafo1, deixo aqui umas linhas dedicadas a um "badameco" que nem me digno a pronunciar o seu nome, que em tempos por causa de um negocio que ele achava que estava feito, e eu passava a ser o otario de serviço, ficou tão despeitado, que teve a ousadia de confundir o "cu ", com a feira de Roma e ainda me alcunhou de tocador de Midis. O que faz o desepero das pessoas, coitado!.. Mas eu já lhe perdoei. Ainda assim, como estou numa de desabafo explicativo, quero deixar aqui um recadinho pessoal ( se por um acaso do destino um dia ler este meu desabafos 1

Nem na outra encarnação que possas vir a  viver um dia, chegarás á M***A que eu C*GO, isto como músico claro. E se ainda não te chega, preferia mil vezes,  ser um tocador de midis como tu dizes, do que tocar música a metro, e de xaxa como a que tu tocas. E eu não roubo espaço a ninguém , porque eu sou só músico, não sou como a canção do ZéMalhoa que tu adoptaste (eu vou a todas). Enfim! És mesmo o protópito da mentalidade mesquinha, do Zé Português Tacanho, mas ainda assim desejo-te a melhor sorte do Mundo, porque eu se não tocar,  não preciso de andar a esmolar,  nem a caluniar os colegas,  para ver se consigo trabalho.
Tá dito, Tá feito!.

Carlos Camarão (mentor do projecto musical COMPANHIA LIMITADA )